Saudade, palavra triste... aô chão goiano! Quisera eu gostar de sertanejão (ou como queira chamar). Lugares diversos não faltam pra se ouvir “moda” e beber em um plúmbeo domingo. Do boteco sujo da periferia ao mais requintado bar em “área nobre”. Eu tenho saudade sim, dos domingos do Cantoria, ou dos mais recentes “Capim Rock”. Mas como este saudosismo é bobagem, me dispus a conferir algumas alternativas que vem aparecendo no rock daqui. Despi-me da preguiça em observar outras tendências, que não o hardcore e o punk, em suas diversas subclassificações. Lá vai a “equipe” Rango Rock pro rolê hard rock. Domingo com o Zeca Camargo, nem pensar.
“Goiânia Rock-que-não-cumpre-a-porra-do-horário-City”. O evento, marcado para as 18, começou às 20:40h. For Those About To Rock, no Esconderijo Bar, com mais de um ano aberto, e somente agora visitado pelos membros desta equipe. Cena inusitada: músicos e técnicos de som à espera do dono do estabelecimento, que ainda não estava aberto no horário marcado para os shows começarem. Recuso-me a comentar. Fred Mika foi certeiro: não interessa em que Igreja roqueira você confessa, algum descaso com o público por parte dos donos das casas sempre existe. Mais tarde a gente volta aqui.
Bar sem frescura em “área nobre” (expressãozinha filha da puta essa, não?). Ponto positivo. Entramos 7 e alguma coisa, o serviço começou às 20:10h. Fazendo jus à expressão “copo sujo”, nossa equipe começou a trabalhar numa Antarctica Original dentro de um copo sabor cupim bovino. O pedido ao garçom pra lavar o copo foi mal interpretado, sendo apenas trocado por outro, sabor picanha. Vá lá, é só não cheirar o danado. Uma cerveja “quase pedrando” não é vantagem. Aquele semi-sorvete não tem sabor, não dá pra sacar se é falsa. Aliás, é um truque que muito bobo cai. A segunda garrafa pedi apenas gelada, e não congelando. Original originalíssima, gostosa como deve ser. Preço de sempre, nada exagerado, na casa dos 4 reais.
A banda Devon subiu ao palco desfalcada, num duo de vocal/violão e bateria. Logo de início, excelente set list. Clássicos de Iron Maiden e Black Sabbath na fase Dio, entre outras coisas. A “equipe” vibrou, atingiu em cheio nossos gostos. Poucas músicas próprias, identifiquei duas. Não vou analisar covardemente os caras, que tiveram a decência de honrar o compromisso sem 60% da banda. A Jackie’s Knife foi a surpresa da noite. Nunca tinha ouvido nada deles ao vivo. Sabia apenas dos covers de Guns n’ Roses, uns muito bons, outros nem tanto. Rapaziada da banda, façam um favor a vocês: invistam em composições próprias, vocês são bons. O vocal é seguro, afinado. Escorrega de vez em quando, poucas notas atravessadas.
O que me irrita é ver amigo da onça gritando insistentemente aos meninos: “Toca Guns!”. Vá introduzir um falo no orifício anal, porra! Bons músicos como eles devem tocar composições próprias, oras. O Mötley Crüe foi massa, mas insisto: toquem mais coisas de vocês.
Acompanhando o som, uma porção de batata frita. Eles servem aquelas do tipo congeladas, não são cortadas na hora. Gostosas e secas. Com a Original, então... Diga-se de passagem, bom cardápio para um bar. Clássicos do gênero e boa variedade de cervejas, pra todos os bolsos. Nem tanta para uísque e vinhos. Só “os de sempre”. Não há cerva importada no cardápio. Enfim, é como dissemos: bar sem frescuras. Preços honestos.
Quando o Sunroad subiu ao palco, a janta dominical chegou: porção de frango frito à passarinho, bem acebolado, sabor batata frita. Me esqueci de pedir ao garçom para não servir os dispensáveis alfaces murchos que classicamente acompanham esta “comidinha de boteco”. O sabor da batata pedida anteriormente, marcando o frango frito, me diz que a cozinha é bem econômica, para ser otimista.
Preciso comentar sobre a competência do Sunroad? Banda profissional, com muita estrada e vários títulos “cheios” no mercado. Comprei a coletânea da banda, e ouço-a enquanto escrevo. Rock até o talo, moço! Pra quem gosta do gênero, como eu, prato cheio. Destaco o som Midwest Sand. Ao vivo, ficou matador.
A última Original veio matematicamente gelada. Excelente. Tomamos a obra de arte durante o show do Sunroad. Maldita Lei Seca, maldita vida de operário: não assistimos à apresentação da Seventy Now. Pena mesmo. Passava muito das 23h quando saímos do bar.
Gente diferente, público bom, menos do que esperávamos. Atendimento rápido, com poucos pecados. Banheiro decente. Bar com cara de rock, “decorado” pra isso. E o que me deixa puto é ver um bar “sertanejo” lotadásso, “bombando”, bem próximo dali. Pode acontecer que um dia o Esconderijo perceba que abrir pro “público do chapéu” dá mais grana do que sustentar o sonho de um bar alternativo. Será só mais um lugar legal que o público roqueiro não soube valorizar e que se rendeu. E não teremos direito de reclamar. Os donos lá devem ter muita conta pra pagar. Observamos alguns probleminhas no serviço da casa, mas não recomendar que você vá até lá seria de uma burrice sem tamanho da nossa parte. A “noitada” hard rock valeu a pena. Superamos o fato de termos sido desrespeitados no horário e no pedido do copo limpo. Não ligamos pro frango sabor batata frita. Acomodados? NUNCA! Apenas pensando que a relação custo-benefício pode ser legal, se você desencanar. Assim é o Esconderijo. Lugar pro rock, que tomara não se renda fácil ao sertanejo universitário. Pra esse público, Goiânia ferve de domingo à domingo. Deixe o rock sobreviver, porra!
“Goiânia Rock-que-não-cumpre-a-porra-do-horário-City”. O evento, marcado para as 18, começou às 20:40h. For Those About To Rock, no Esconderijo Bar, com mais de um ano aberto, e somente agora visitado pelos membros desta equipe. Cena inusitada: músicos e técnicos de som à espera do dono do estabelecimento, que ainda não estava aberto no horário marcado para os shows começarem. Recuso-me a comentar. Fred Mika foi certeiro: não interessa em que Igreja roqueira você confessa, algum descaso com o público por parte dos donos das casas sempre existe. Mais tarde a gente volta aqui.
Bar sem frescura em “área nobre” (expressãozinha filha da puta essa, não?). Ponto positivo. Entramos 7 e alguma coisa, o serviço começou às 20:10h. Fazendo jus à expressão “copo sujo”, nossa equipe começou a trabalhar numa Antarctica Original dentro de um copo sabor cupim bovino. O pedido ao garçom pra lavar o copo foi mal interpretado, sendo apenas trocado por outro, sabor picanha. Vá lá, é só não cheirar o danado. Uma cerveja “quase pedrando” não é vantagem. Aquele semi-sorvete não tem sabor, não dá pra sacar se é falsa. Aliás, é um truque que muito bobo cai. A segunda garrafa pedi apenas gelada, e não congelando. Original originalíssima, gostosa como deve ser. Preço de sempre, nada exagerado, na casa dos 4 reais.
A banda Devon subiu ao palco desfalcada, num duo de vocal/violão e bateria. Logo de início, excelente set list. Clássicos de Iron Maiden e Black Sabbath na fase Dio, entre outras coisas. A “equipe” vibrou, atingiu em cheio nossos gostos. Poucas músicas próprias, identifiquei duas. Não vou analisar covardemente os caras, que tiveram a decência de honrar o compromisso sem 60% da banda. A Jackie’s Knife foi a surpresa da noite. Nunca tinha ouvido nada deles ao vivo. Sabia apenas dos covers de Guns n’ Roses, uns muito bons, outros nem tanto. Rapaziada da banda, façam um favor a vocês: invistam em composições próprias, vocês são bons. O vocal é seguro, afinado. Escorrega de vez em quando, poucas notas atravessadas.
O que me irrita é ver amigo da onça gritando insistentemente aos meninos: “Toca Guns!”. Vá introduzir um falo no orifício anal, porra! Bons músicos como eles devem tocar composições próprias, oras. O Mötley Crüe foi massa, mas insisto: toquem mais coisas de vocês.
Acompanhando o som, uma porção de batata frita. Eles servem aquelas do tipo congeladas, não são cortadas na hora. Gostosas e secas. Com a Original, então... Diga-se de passagem, bom cardápio para um bar. Clássicos do gênero e boa variedade de cervejas, pra todos os bolsos. Nem tanta para uísque e vinhos. Só “os de sempre”. Não há cerva importada no cardápio. Enfim, é como dissemos: bar sem frescuras. Preços honestos.
Quando o Sunroad subiu ao palco, a janta dominical chegou: porção de frango frito à passarinho, bem acebolado, sabor batata frita. Me esqueci de pedir ao garçom para não servir os dispensáveis alfaces murchos que classicamente acompanham esta “comidinha de boteco”. O sabor da batata pedida anteriormente, marcando o frango frito, me diz que a cozinha é bem econômica, para ser otimista.
Preciso comentar sobre a competência do Sunroad? Banda profissional, com muita estrada e vários títulos “cheios” no mercado. Comprei a coletânea da banda, e ouço-a enquanto escrevo. Rock até o talo, moço! Pra quem gosta do gênero, como eu, prato cheio. Destaco o som Midwest Sand. Ao vivo, ficou matador.
A última Original veio matematicamente gelada. Excelente. Tomamos a obra de arte durante o show do Sunroad. Maldita Lei Seca, maldita vida de operário: não assistimos à apresentação da Seventy Now. Pena mesmo. Passava muito das 23h quando saímos do bar.
Gente diferente, público bom, menos do que esperávamos. Atendimento rápido, com poucos pecados. Banheiro decente. Bar com cara de rock, “decorado” pra isso. E o que me deixa puto é ver um bar “sertanejo” lotadásso, “bombando”, bem próximo dali. Pode acontecer que um dia o Esconderijo perceba que abrir pro “público do chapéu” dá mais grana do que sustentar o sonho de um bar alternativo. Será só mais um lugar legal que o público roqueiro não soube valorizar e que se rendeu. E não teremos direito de reclamar. Os donos lá devem ter muita conta pra pagar. Observamos alguns probleminhas no serviço da casa, mas não recomendar que você vá até lá seria de uma burrice sem tamanho da nossa parte. A “noitada” hard rock valeu a pena. Superamos o fato de termos sido desrespeitados no horário e no pedido do copo limpo. Não ligamos pro frango sabor batata frita. Acomodados? NUNCA! Apenas pensando que a relação custo-benefício pode ser legal, se você desencanar. Assim é o Esconderijo. Lugar pro rock, que tomara não se renda fácil ao sertanejo universitário. Pra esse público, Goiânia ferve de domingo à domingo. Deixe o rock sobreviver, porra!
Um comentário:
Alemão, que delícia ler seu texto. Primeiro porque eu sempre senti falta de mais gente escrevendo nessa cidade. Ficava sempre aquela sensação de sozinhez que não é legal. Mas o principal é ver um texto bom pra diabo, misturando o rock com pesquisa séria sobre o boteco.
Putaquipariu como ninguém pensou nisso antes!!!???
Tá de parabéns, e eu nem li o texto do Motherfish aí de baixo ainda. Tá bom pra diabo! Melhor que a Original que você tomou, que eu particularmente só acho uma cerveja metida. E ponto negativo pra batata. Detesto essas drogas congeladas com gosto de isopor.
Mas o texto tá filé!!
Há braços!
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