20 de julho de 2009

Rolê pelo melhor preço: de graça. Cocktail Molotov no DCE.

O rolê do Rango Rock desta segunda-feira trás uma novidade: um colaborador especial. Bacural, meu amigo de longa data, narrará o que foi, para ele, o Cocktail Molotov, gig que rolou no DCE na sexta 17. Eu estive na parada, mas não trabalhando. Só curti mesmo, he he he...
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Ademais, este é o último "número" antes de uma reformulação gráfica pela qual o blog irá passar. Teremos nova logo, nova apresentação, mas a proposta será mantida. Esse rolê também marca um "tempo" que iremos proporcionar à cena hardcore. Nos próximos, visitaremos outras paragens roqueiras por aí. Novo número só em agosto.
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Para despertar a ansiedade de alguns (poucos) leitores, no sábado deixei oito K-7's para serem digitalizadas. Nenhuma delas tem menos de oito anos. Você gosta de CFC? Rat Salad? Desordem Progressiva? Choice? Psico&Ataq? Aguarde.
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Ah! ESTE BLOG ENTROU DE FÉRIAS. Escrevo tudo isso numa parada estratégica aqui em Anápolis. Seguiremos viagem amanhã, para o Tocantins. Há 50 caixas de cerveja na bagagem. Barata e boa, nossa amiga Brahminha.
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Chega de blá, blá, blá. Bacuras, companheiro de fé, dizaê como foi esse rolê:
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COCKTAIL MOLOTOV 17/07 COM MACACOS GORDOS, ANESTHESIA BRAIN, CORJA, NIEU DIEU NIEU MAITRE (CURITIBA), SEÑORES E SIEMPRE LOKO. DCE- UFG

Sexta feira 17 de julho, Goiânia, férias escolares. O que fazer nessa capital, se você não foi para o Araguaia? Ir para um show underground? Sim, isso mesmo, mas não seria um show qualquer. Esse seria um dos mais impressionantes shows que já vi nessa minha pobre vida de rockeiro trintão, começando pelo nome do evento: COCKTAIL MOLOTOV. Agressão iniciada pelo nome do evento.

O local: O DCE-UFG, ou melhor, um anexo do DCE-UFG (vou chamar o local de INFERNIN), um local que, mal cabiam 25/30 pessoas lá dentro! Aparelhagem? Três cubos, sendo um da marca Framm, uma bateria que tinha como suporte para não deixá-la movimentar um pneu de carro (você não está entendendo errado não!), um microfone, pedestal de microfone – uma vassoura – e a iluminação feita por um refletor que se apagava a todo o momento.

Você deve estar pensando: deve ter sido uma desgraça, ainda bem que eu não fui! Pois bem meu amigo, se você não foi você perdeu, sabe por quê? Vamos por partes...

Primeiramente a força de vontade do organizador, o Sr. Burns, que não é dos Simpsons e não tem nenhuma grana, sua força de vontade foi imensa ao fazer o evento totalmente DO IT YOURSELF ATÉ O OSSO! Foi de graça, sem nenhum flyer, sem nenhuma segurança, sem bar (quem queria bebidas, tinha que andar um pouco ate o bar mais próximo) e comida vegana, apenas com o espírito de fazer algo acontecer. Parabéns!

Por isso notou-se que no público – acredito que somando todos que estavam no evento deu mais de 150 pessoas no local – havia a moçada do hardcore, crust, punks, metaleiros, skaters uma miscelânea cultural, ou seria contra cultural? Não interessa, até agora tudo transcorria bem...

A primeira banda a tocar foi o MACACOS GORDOS de Inhumas, banda que entrou na programação por iniciativa do publico que pediu o show deles pela internet. Os caras tocaram um set de mais ou menos uns 30 minutos. Apesar do público esta frio ainda, agitaram bastante com seu som meio HC/punk com umas pitadas de rock nervoso.

A segunda banda a tocar foi o ANESTHESIA BRAIN, na qual essa pessoa que escreve é o “cantor”. Pense você uma banda com mais de 14 anos de existência, quase todos já tem mais de 30 anos e querer tocar musica rápida, o que pode sair? Pois bem, me surpreendeu, a aparelhagem apesar de precária segurou todo o som – o vocal que tava sumido, mas tudo bem – e o publico agitou de forma insana, louca, animal!!! Lindo. Fazia tempo que não via um show tão insano na vida.

Logo depois veio o CORJA, ou seria a CORJA? Segundo, Camboja e Daniel, o Power Trio. Fizeram um set com musicas bem variáveis, com um suporte de microfone que inicialmente tinha um cara que segurava para o Segundo cantar e depois fizeram uma “gambiarra” com uma vassoura... uma vassoura!!! Tem que comentar mais alguma coisa depois disso?

Logo após veio a atração da noite. Com dois membros de SP e os outros dois de Curitiba, sobe ao palco o NIEU DIEU NIEU MAITRE. Nem sei como definir o som dos caras, seria algo como Finlândia anos 80, com atitude Black Flag e o anarquismo do Los Crudos – não entendeu? Que pena, então perdeu o melhor show que Goiânia viu até agora em 2009 – com discursos anarquistas, antisexismo (com destaque para o vocal que ficou totalmente pelado e ainda enfiou uma baqueta no ânus, e a garota da guitarra com os seios de fora, como forma de protesto) e o público que estava possuído pelo cão. Foi um tapa na cara da sociedade conformista, conservadora, judaico-cristã. Um show que fez muita gente ter que usar a massa encefálica, ou simplesmente cérebro.

Mas foi tudo alegria? Infelizmente não...

A desgraça faz parte das ações humanas, então vou pontuar o que houve de ruim no evento...

Primeiro, um dos caras que mais faz pela cena independente de Goiânia, na semana do seu aniversário, o Segundo, teve sua banca com os CDs ROUBADOS, isso mesmo, roubados!

Logo depois, inicio de confusão no show do N.D.N.M. Não pude ver o que realmente tava acontecendo porque tava de roadie dos caras da banda.

Para piorar a situação as bandas SEÑORES e SIEMPRE LOKO não tocaram, sabe por quê? Ameaçaram o organizador, o Sr. Burns, dizendo a ele que iriam quebrar os cubos de som da aparelhagem. Eu gostaria de saber quem foi que o ameaçou dizendo isso a ele. Mas imagino quem deve ter sido...

Será que os responsáveis (ou melhor, irresponsáveis) por esses fatos estão felizes agora? Será que teremos novas iniciativas por parte do Sr. Burns? Qual será a impressão que os caras que rodaram milhares de kilômetros para tocar aqui vão ter da nossa “Goiânia Rock City”? Sinto-me envergonhado depois do fato ocorrido...

Mas não desisto jamais.

Termino ao som de Dead Kennedys : Nazi punks, fuck off.

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